A Astrologia e a Infância - Estaria o futuro ligado às associações passadas?


É possível colocar a Astrologia à serviço das crianças? Podemos trabalhar este tema por meio de uma condição própria da consciência humana: a memória. Recordar um fato significa trazer do passado uma experiência. Quem, em algum dia do seu passado escolar numa atividade conjunta não virou jardineiro? Todos prepararam a terra, jogaram as sementes, regaram e cuidaram do jardim com muita paciência, acompanhando a cada dia o seu florescimento.
Algumas sementes transformaram-se em belíssimas árvores. Se pensarmos em uma árvore podemos observar as suas raízes que afundam na terra; a superfície, por seu tronco e primeiros ramos; e as alturas, por seus ramos mais altos e sua copa. Neste estágio de sua evolução fornece alimento, abrigo, e tem curado várias doenças.
O mesmo ocorre com o desenvolvimento humano de forma mais complexa. Segundo o neuropediatra da Universidade de Wayne-EUA, Harry Chugani, “as primeiras experiências da vida são tão importantes que podem mudar por completo a maneira de como as pessoas se desenvolvem”.
Uma das ferramentas que descreve os potenciais de cada indivíduo focados para os primeiros anos de vida é a leitura do mapa astrológico. Esta orientação é dirigida à pais, educadores ou responsáveis pela criança ou adolescente.
Da mesma maneira que as raízes de uma árvore são imprescindíveis para o seu bom desenvolvimento, no reino humano também existem alguns componentes astrológicos responsáveis pela criação das bases emocionais e indispensáveis para a manutenção da auto estima e para um futuro mais saudável.
A interpretação astrológica permite verificar quais são os melhores caminhos para atingir metas e objetivos. Muitas vezes se faz necessário vencer condicionamentos para alcançar o estado de realização.
Para melhor entendermos esta passagem, o filósofo medieval Raimundo Lulio, dizia que possuímos três faculdades humanas: a memória, o entendimento e a vontade. A primeira recorda o que a segunda entende e o que a terceira quer, portanto, podem estabelecer perfeito acordo.
Após a compreensão deste caminho, que vão desde as primeiras experiências de vida até a construção de sua futura identidade, é hora de exercitar o cérebro e aproveitar as potencialidades da criança com estímulos benéficos, sem exageros e no tempo certo, basta respeitar o ritmo dela.
Os conteúdos emocionais e afetivos começam a ser construídos a partir dos primeiros modelos de relacionamento familiar, fase decisiva na formação de todo ser humano.
As necessidades emocionais diferem de pessoa para pessoa, o mapa astrológico aponta a maneira que cada um busca esta satisfação emocional. Também é possível averiguar a natureza das relações estabelecidas no ambiente familiar. Podemos dizer que no caso de irmãos os modelos internalizados de pai e mãe são variados, ou seja, cada filho encara de forma diferenciada o procedimento de seus pais; o que é essencial para um filho, para o outro, um mero acessório.
A análise de uma carta astrológica indicam as habilidades e talentos da criança ou adolescente. Talento é inato, já tem sua semente na infância, o que um dia vai se tornar a atividade futura já presente nas atividades infantis. O intuito é criar oportunidades para o desenvolvimento das aptidões naturais e possibilitar que a criança aprenda a lidar com as áreas que apresente dificuldades.
Qual o problema em estimular uma capacidade? Se a criança apresenta um tipo de inteligência lingüística, ou seja, habilidade de lidar criativamente com as palavras, por que não investir nesta área de interesse? Estimular as aptidões geram seres humanos mais auto confiantes. Estimular não significa massacrar.
Cabe ao astrólogo avaliar os tipos de inteligência presentes no mapa astrológico, isto não quer dizer prognosticar sobre a futura profissão da criança, isto representaria uma falta de ética do profissional e, por questões temporais, não é o momento mais adequado para esta discussão. Já é surpreendente escolher uma profissão por volta dos 17 anos, quem dera anterior a isto, afinal, respeitar a natureza é seguir o ritmo da mesma.
É necessário também acompanhar os estágios do desenvolvimento emocional e cognitivo do ser humano. Por exemplo, por volta dos 02 anos de idade, a criança passa pelo estágio anal, caracterizado pelo controle neuromuscular do esfíncter, período este, de esforços por independência.
Utilizando-se do mapa astrológico é possível orientar sobre estas tentativas de autonomia e independência. Para alguns, este período é mais tranqüilo, para outros, o medo ou vergonha pela perda de controle traz maiores dificuldades para lidar com esta fase do desenvolvimento.
Como já mencionado acima, todos carregamos uma memória, e o nosso cérebro funciona como uma máquina registradora integrado com a evolução, a biologia, a genética e o meio ambiente. Quantas serão as situações posteriores na vida desta criança que precisará também de esforços para alcançar a sua independência?
A mente humana não anula as experiências anteriores, ela faz associações. Na análise do mapa astrológico de um adulto, reprogramar uma memória pode significar libertar-se de padrões antigos, já que uma das funções do símbolo astrológico é afetar as estruturas mentais e provocar as transformações necessárias.
Para o universo infantil, a orientação astrológica oferece um trabalho preventivo na medida que auxilia no processo de formação da criança, e, ao contrário de limitar é ampliar os seus horizontes.
Hoje, a média da vida humana é 80 anos e é sabido que os 07 primeiros anos são importantíssimos para a futura formação do indivíduo. Em termos quantitativos representam muito pouco, ao passo que em termos qualitativos representam muito.
Portanto, quero parabenizar todas as pessoas que independente de sua faixa etária procuram dar o melhor de si como bons jardineiros...

Patrícia Boni

Curriculum

Formação

Astróloga, jornalista e educadora. Iniciou seus estudos em 1986.Atualmente leciona na Gaia – Escola de Astrologia e coordena grupos na Quiron Design na área astrológica. Já atuou em workshops e cursos em diversas cidades. Fez cursos na Escola Municipal de Astrofísica – SP e participou do projeto Planetarium, com a finalidade de levar o conhecimento de astronomia para crianças e adolescentes.

Foi educadora da Secretaria do Menor e professora de pré escola. Hoje, desenvolve um trabalho na área de astrologia infantil na orientação para pais e educadores e Astrologia Vocacional. Participa de seminários, congressos e dos grupos: “Companhia do Céu” para maiores conhecimentos na busca da interdisciplinaridade entre as Ciências e também integra a equipe “Gaiabrasilis” na edição dos CBA’s – Cadernos Brasileiros de Astrologia, documentando a produção dos astrólogos brasileiros e suas pesquisas. Publicou o CBA - Memória Celeste - Heranças e Desafios no mapa astrológico, e com o Gaiabrasilis escreveu, São Paulo de Piratininga, Nossa Terra Brasilis e a revista Cosmos.

Por que me tornei astróloga?

Em 1986, prestes a concluir graduação em jornalismo, uma colega de classe solicitou que eu a acompanhasse até o consultório de um astrólogo para buscar sua carta natal. Perguntei a ela se não havia uma forma mais inteligente de investir o seu dinheiro. Pegou o seu mapa com várias folhas datilografadas e, na saída, o astrólogo chamado Hervé perguntou se eu conhecia minha carta natal. Disse-lhe, com desdém, que uma vez haviam calculado o meu ascendente. Foi então que ele perguntou os dados referentes a dia, hora e local de meu nascimento. Consultando um livro que chamava de efemérides e através de alguns cálculos astronômicos e matemáticos, ele traçou o meu mapa e conversou comigo por alguns minutos.
Ainda cética falei para ele que não era possível que essas informações tão precisas estivessem naquela roda (zodíaco). Com serenidade continuou a passar dicas muito valiosas e sugeriu que eu estudasse o assunto.
Dois meses depois, matriculei-me em um curso de astrologia para buscar os seus fundamentos. Hoje é a minha profissão.Desde este momento, a astrologia me abriu novas perspectivas: de que nada existe ao acaso, de que o ser vivo é uma extensão do universo desde a sua origem e, sobretudo, de que existe um princípio ordenador que integra e coordena todas as coisas. Todos os seres vivos, desde as estruturas mais simples até as mais complexas, e que todos, sem exceção, carregam esta memória cósmica.
Hoje é minha única profissão e emocionada, quero agradecer ao senhor Hervé por ter sido o instrumento para que isto ocorresse. Digo que todo privilégio tem um preço, mas que no final das contas nada supera o valor da consciência.